“Meek. Mild. As If”.
Traduzindo, “Manso e Humilde de coração. Será mesmo? ”
Eu nasci e fui criado em um país de maioria católica.
Fui acostumado a ver o Cristo preso na cruz. Todos os anos, o calendário nacional se confunde com o calendário da Igreja Católica. Sou testemunha disso há 45 anos.
Porém, nos últimos 5 anos, tenho tentado me aprofundar um pouco mais
e ler algumas outras fontes de informação sobre esse personagem tão marcante e presente em nossa cultura e imaginário ocidental.
O calendário do Ocidente é regido pelo seu nascimento. O ano zero é o nascimento desse homem. Caramba, que homem importante.
Porém, como muitos gênios, artistas ou rebeldes da humanidade,
ele nasceu pobre. Pobre e marginalizado.
Nasceu em uma família de Essênios, os Judeus esotéricos. Sua família era pobre e não possuía prestígio junto às classes superiores e dominantes dentre os judeus ( Fariseus, saduceus e zelotes). Isso já lemos e ouvimos muito ao frequentar a Igreja.
Quando Jesus nasceu, em Belém da Galileia, não havia internet, jornais, cartórios. Tudo que sabemos do seu nascimento, nos foi informado
de geração em geração, como num telefone sem fio.
Temos 4 evangelistas oficiais da Igreja. E temos outros evangelhos apócrifos ( extraoficiais). Esses não foram homologados ao longo dos séculos de concílios da Igreja.
Uma coisa que achei interessante e que não está escrito nos evangelhos oficiais, são os anos da juventude adulta de Jesus. Os 3 evangelhos sinóticos (além do evangelho apocalíptico de João) ficam em silêncio sobre esse período de 13 aos 32 anos de Jesus.
Eu li em um texto apócrifo que durante esses quase 20 anos, Jesus foi à Caxemira estudar a religião dos hindus e mestres budistas. Ele teria estudado conceitos e práticas de mestres religiosos que seriam alheios à sua tradição judaica.
E aos 33 anos voltou a Jerusalém como um alienígena. E não foi reconhecido pela maioria do seu povo. Voltou para quebrar as tradições. Voltou para questionar e enfrentar os judeus ortodoxos.
Apenas os seus próximos, aqueles que o entenderam e se aproximaram dele, esses se tornaram o seu povo. Os primeiros cristãos. Aos quais depois se juntou Paulo de Tarso, após ficar cego, cair de seu cavalo de batalha e se converter, e ter iniciado sua missão de espalhar a nova religião pelos povos do Mediterrâneo.
Por esse ponto de vista, Jesus teria sido portanto um incômodo e revolucionário rebelde. Dos grandes. Nascido pobre e tendo aprendido sobre partilha, sobre igualdade e vivendo em comunidade com seus semelhantes, e que mais tarde se rebelou e promoveu um levante religioso contra a ordem estabelecida. Contra a tirania e tradições dos Fariseus, Saduceus e Zelotes.
Jesus, rebelde e libertário.